Sem embaraço, 11 mensaleiros saem candidatos
Acusados de envolvimento no mensalão, 11 dos 19 deputados federais ligados ao esquema querem ficar na vida política e vão encarar o julgamento das urnas em outubro. Lançam oficialmente, nos próximos dias, suas candidaturas, após o término das convenções. Dos 19 envolvidos, só três decidiram abandonar a vida pública: Roberto Brant (PFL-MG), Carlos Rodrigues (sem partido-RJ) e Wanderval Santos (PL-SP). Três estão impedidos de concorrer até 2015 por terem sido cassados: José Dirceu (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Corrêa (PP-PE). A maior parte dos deputados acusados diz não ter constrangimento em pedir voto. O deputado Josias Gomes (PT-BA), que confessou ter recebido R$ 100 mil das contas de Marcos Valério, diz que já começou sua "andança" pelo Estado e que não tem sentido tom de reprovação. "O povo não trata o caso como a imprensa tratou, carregando demais as acusações", afirma.
José Mentor (PT-SP), acusado de receber R$ 120 mil do esquema, não acredita que o fato inviabilize sua reeleição. "Vai ser uma ótima oportunidade de apresentar meu trabalho parlamentar." Alguns até acreditam que terão mais votos desta vez. É o caso de Paulo Rocha (PT-PA), acusado de ter recebido R$ 900 mil do valerioduto. Ele obteve 131 mil votos na última eleição e acredita que obterá 250 mil votos agora.Para os três cassados, virar cabo eleitoral foi a única saída. Apesar de dizer que não vai mais atuar politicamente, petistas ligados a Dirceu garantem que ele terá papel intelectual nas campanhas. Jefferson, por sua vez, tentará eleger a filha Cristiane Jefferson Brasil, e Corrêa trabalha pela eleição do filho, Fábio Corrêa Neto.Para o cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, da FGV, casos de corrupção no País envolvendo parlamentares influem pouco no eleitorado. "Há outros casos, como o dos anões do orçamento ou a máfia dos fiscais, em que os envolvidos conseguiram a reeleição sem problemas." Agência Estado
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