Caótica
16 fevereiro 2007
  "Um artigo delicioso"


"Está simplesmente delicioso, esse é o termo, mesmo que impróprio, o artigo do ex Ministro Delfim Netto, na Folha de hoje (só para assinantes) - "O escândalo de Essen". Leiam. Nem vale a pena comentar, pois estraga o prazer de ler. Com a palavra os diretores do BC". (Zé Dirceu)

"É isso aí. José Dirceu escrevendo sobre Delfim Netto. Acontecesse 10 anos atrás, o PT derretia. Fosse trinta anos atrás, nem plástica o comissário precisaria ter feito". (Thomaz Magalhães)


"O escândalo de Essen"

VIVER ESTÁ ficando cada vez mais perigoso. Imaginem os senhores que no último fim de semana reuniram-se na célebre cidade de Essen os ministros de Finanças das maiores economias do mundo (o G7 e alguns convidados: China, Brasil etc.). Ninguém sabe bem o que foram fazer lá aqueles senhores em pleno inverno. Os famosos festivais dão-se no verão.

O ministro de Finanças alemão, Peer Steinbrueck, sugeriu ampliar o G7, uma vez que nos últimos anos muitos países (além dos sete originais) têm assumido importante protagonismo político e econômico (Rússia e China) e alguma importância econômica (Índia, Brasil, México etc.).

A discussão principal foi sobre a taxa de câmbio do Japão e da China: os grandes parceiros condenaram o iene e o yuan desvalorizados. E como se saíram os países atacados? Com belas palavras! O ministro Koji Omi, do Japão, declarou que as "moedas devem refletir os fundamentos econômicos: o valor do iene é resultado da fraqueza da economia japonesa e da baixa taxa de juros". O presidente do Banco Central da China, Zhou Xiaochuan, avisou que, "quando a economia chinesa estiver em melhores condições, uma taxa de câmbio mais flexível será considerada". Na segunda-feira, o iene desvalorizou-se e o yuan valorizou-se...

O que mais impressiona é que meia centena dos melhores economistas do mundo reunidos em Essen revelaram desconhecer o que alguns economistas brasileiros descobriram: que a taxa de câmbio é o "resultado natural de um processo natural", como a lei da gravidade. Logo, escandalosamente, insistem que Japão e China encontrem mecanismos de intervenção em suas moedas. Mas, afinal, do que se trata? Entre a primeira semana de 2006 e a primeira semana de 2007, tivemos o seguinte:




O real valorizou-se mais de 3% em relação ao yuan e mais de 12% em relação ao iene, mas ninguém reclamou. Positivamente, a economia brasileira é muito mais forte do que a do Japão e, sem nenhuma dúvida, está muito mais preparada do que a chinesa...

Na próxima reunião, devemos mandar alguns de nossos economistas para ensinar ao mundo que é preciso deixar de sugerir artificialismos para alterar o resultado "natural" de um processo "natural".

ANTONIO DELFIM NETTO

Publicado em 14.02.2007, Folha de SP

 

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